David Matos: Diz o povo que "em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". Parece-me que aqui a coisa se aplica na íntegra. Parece-me haver outra situação possivel, e que se temia também em Angola: as forças militarizadas eram em grande, grande número, aquando da guerrilha. Um povo sem guerrilha não precisa de tantos guerrilheiros, e a coisa fica ainda pior se o país não tem dinheiro para pagar a sua reconstrução. E o desemprego cria revolta, claro... há gente que teve que sair das forças armadas e que nunca fez outra coisa na vida, nem tem perspectivas de arranjar outra ocupação. O caso em Angola terá sido diferente, porque apesar de tudo havia dinheiro para pagar a reconstrução, e eles querendo, têm muito onde trabalhar... em Timor, a coisa está preta, mesmo. Eu tenho acompanhado a situação com atençao, até porque o meu pai esteve 2 anos em Timor (antes do 25 de Abril), tem uma grande ligação a essa terra, tem muitos amigos timorenses. Ah, e refere-se sempre a Timor como o sítio mais bonito do mundo...