Gabriel Almeida: aqui no Porto, normalmente chamamos "gunas" aos gajos que andam de brinquinhos e boné no cocuruto da cabeça e que costumam complementar o aparato com um cordão grosso em ouro e dois ou três anéis também em ouro...são o cúmulo da azeitice e uma mistura de etnias que os tornam uns autenticos "cromos"...O chapéu no cocuruto é para não amarfanhar a crista à zé galo (ou zé milho...), o ouro nos dedos e no pescoço será, provavelmente, para imitar a ciganada e os brinquinhos são a bicheza a vir ao de cima...(já agora, o nome "gunas" vem de "gunar", que era uma tradição de viajar à borla aqui no Porto, agarrado à parte de trás dos "trolleys" ou dos elétricos e que era exclusiva da miudagem da zona da Ribeira...
FANTAS: Por cá chamamos "alpirros" aos filhos de emigrantes em frança. Têm caracteristicas especiais de cromice. Ouvem música ranhosa (podemos ouvir essa música no mcm, o seu canal favorito), usam umas roupas meio "dreads", meio "rappers", salpicada com pitadas de humor geralmente imposta pelos pais (tipo meinha branca). Falam mal de Portugal (como os pais) e acham que somos todos muito atrasados, e que "lá em France é que é". Apesar disso, ninguém lhes liga, porque dar-lhes confiança envergonha qualquer um. Acabam por se encontrar nos mesmos sítios (em Pombal, é no Cosy Bowling), afrancesando-o e apimbalhando-o ao máximo. E tornam-se amigos uns dos outros, porque os de cá, os nativos, não se misturam com essa gente. São os alpirros!
Mas o fenomeno dos bonés e dos brinquinhos já irrita e isso está por todo lado,é impressionante! E depois a sua maneira de falar é irritante! "Tasse bem!YO!" Isto deve-se à cultura hip-hop americanada que invadiu a Europa na ultima decada!Isto antes não era assim!O pessoal ouvia as musicas que gostava mas não havia um excesso de macacada e palhaçada que se ve hoje em dia!É certo que existia as minorias como os metalicos,goticos,punks etc etc!Hoje ja não se ve disso!É so pessoal de boné e brinquinho...ca raio!
Bruno Jesus: pela primeira vez, tenho de concordar contigo...mas não deixo de atirar uma farpazita...ainda ontem à noite deu um programa sobre o PNR e os nazis "tugas", e a verdade é que não sei o que é pior: se os "gunas", se os anormais que se viam nas manifestações, uns de cabeça rapada, outros de cabelos até à cintura, com os braços todos tatuados com suásticas (e outras coisas que tal...) e "piercings" no sobrolho e noutros sítios da "fronha"...francamente!!! entre uns e outros, venha o diabo e escolha...
Manuel M: ... venha o diabo, e NÃO escolha: que leve tudo!
Ou então, que venha a PSP e leve, ao menos, o Mario Machado! Eheheheheh
O Zé Pinto Coelho, Presidente do PNR já se veio queixar. Acho que "o camarada politico Machado" (sim, ele falou em CAMARADA político) era bom rapaz, e tal, perseguição política, e coiso e tal, eram só umas armazitas para caçar charéus e bicos-de-lacre... eheheh
Gabriel Almeida: Claro que falou em "camarada"...comunas e fascistas é tudo a mesma m****...afinal o que era o nacional-socialismo e o stalinismo, senão a mesma coisa? Não, eu só fico chateado é quando se atrevem a afirmar que antes do 25/4 viviamos num regime "fascista"...Só quem é MUITO BURRO pode afirmar tal...
Gabriel Almeida: fascismo é que não era! se bem me recordo, lembro-me inclusivamente do nome de alguns deputados da Assembleia Nacional e Ministros do Prof. Marcello Caetano que se expressavam livremente (sim, entendeste bem...livremente!) e que, alguns deles, fundaram um jornal chamado Expresso...Mais ainda, desde miúdo que me lembro de em minha casa se falar abertamente de política e de certos casos de corrupção existentes no Poder, mas nunca à escala em que são hoje em dia...Coisas más? Podemos falar na prepotência de alguns elementos da Pide (contraponho-te com a prepotência de alguns elementos das polícias, do exército ou até do "poder político" actual, com maior violência que a de então...) ou da guerra colonial. Sobre esta muuuuito teríamos de falar...Infelizmente, nesta caixa de mensagem não cabem as coisas más geradas por esta suposta "democracia" pós 25/4...(pensando bem, agora vivemos mesmo numa "Demo-cracia", ou seja, um regime do diabo!!!)
Manuel M: Nao sei o que pretendes dizer com livremente mas se isso significar o exilio deves entao aproximar-te da realidade! Quanto a tua definicao de livre fica muito aquem da chantagem politica e moral de que eram alvo os nossos dignissiomos representantes na assembleia nacional. Acho que deves reler o que e' o fascismo.
Manuel M: O camarada devia mas era arranjar uma torre e juntar-se ao Tugas, para engrossar (hum, não sei se escolhi bem o termo) a equipa de anti-damas!
Defeits neste regime do Diabo, são muitos. Muitos mesmo. E não sou eu que vou defender esses ca**ões, por isso podes dizer o mal que quizeres. Cambada de corruptos, moinas, arrogantes, sei lá... a lista de impropérios que eles merecem é infindável. Nem vou comparar com qualquer outro regime: este é mau, e ponto final! Por aí estamos todos de acordo, eu, tu, o Bruno... se calhar, só nos separávamos na altura de implantar um novo. Mas isso é depois, agora podemos juntar-nos para derrubar este poder instituido! ;)
Ferjo: Sim senhor, posso-te dizer que o meu Professor de Psicologia (e mais tarde de Filosofia) do curso complementar (em 72/73) e pelo menos mais duas Professoras, uma de História e outra de Geografia (em 71/72) sempre se manifestaram críticos relativamente ao regime em que viviamos, discutíamos a situação nas aulas e nunca o Director interpelou ninguém...Tão pouco vi alguma vez a Pide na minha escola...Agora, também te posso acrescentar: cheguei a ser perseguido, juntamente com outros colegas, dentro da escola(!) por soldados do cop-con, em 75, por fazer parte de movimentos defensores da "democracia-cristâ" (isto sim, um verdadeiro logro...). Referes-te a exílio? Sim, quem quisesse manifestar-se de uma maneira não construtiva era forçado a tal...Chamas a isso fascismo???...eheheh...estuda bem o movimento italiano do Mussolini e verás surpresas que nem te passam pela cabeça...Outra coisa: liberdade é um conceito que tens na TUA cabeça...não é uma realidade! Tú podes viver em liberdade em qualquer regime...Isto dá muito que falar...Só para teres uma ideia, é como o conceito de propriedade (tú nunca és proprietário de nada, porque tens sempre uma série de obrigações que te transformam ao fim e ao cabo em arrendatário de um estado...). Não confundas liberdade com anarquia! Antes do 25/4, eu viva em maior liberdade do que agora! E eu posso falar porque tinha 17 anos no 25/4/74 e viví intensamente essa época...Tú podes dizer o mesmo? ;)
Gabriel Almeida: Pôrra, pá...o mal é que este povo está mesmo a precisar dumas chifradas de bode! E na cabeça, de preferência... Já te tenho dito e repito-o: só educando verdadeiramente este povo para a cidadania (coisa que se perdeu depois do 25/4) é que lá vamos...não conheço um só governo que tenha tido coragem e/ou inteligência de acertar programas curriculares e disciplinas específicas para educar os nossos miúdos...Aliás, o nível da nossa sociedade está directamente proporcional com o grau de degradação do ensino desde há 30 anos... Ah, quanto à torre (grossa ou fina), estava à espera de vêr a promoção do Fencer para Junho...e agora estou a pensar se será de aguardar até Julho...eheheh...
Seria de um altruísmo assinalável aproveitares a promoção de Junho, e ofereceres 1 ano a um camarada tuga. Haverão interessados (eu conheço 2 ou 3 potenciais)...
Andre Faria: vê-se logo que és leão...os cristãos e os leões já se dão mal desde o tempo dos romanos...Eu também prefiro o estaline (morto) a qualquer democrata (vivo), cristão ou não...eheheh
Andre Faria: Vi um filme giro, que devia ser mais ou menos cristão... pelo menos tinha umas freiras e um padre... eheheheh. Como era o título, já? "Sacrilégios no Convento", ou coisa assim...
Manuel M: Marcos (dito "Santo") fazia-se representar por um Leão, e o evangelho dele foi um dos 4 escolhidos, por isso, até se deviam dar bem... eheheh
Bruno Jesus: Eu poderia ser um seguidor desse blog, mas... se não se pode ver gajas nuas, desisto já! Aliás, já pequei em demasia, jamais me aceitariam de volta!
Manuel M: Infelizmente nao posso dizer o mesmo e tenho algumas marcas que o comprovam. Da-te por feliz por te considerares livre antes do 25 de Abril. Eu infelizmente nao o era, e se nao posso culpar o regime entao quem posso culpar? Provavelmente nao os teus Professores, seriam os meus? Nao me parece, e se invocas razoes "nao construtivas" (politicas ou lambe-botas?) para justificares o exilio, entao que raio de conceito de liberdade esta' na tua cabeca, que certamente nao cabe na minha! Certamente para os seus defensores, o 25 de Abril foi a maior atrocidade deste mundo, mas o que e' a minoria comparada com o Povo? Ja te perguntaste se todos (mesmo aqueles que nao te eram proximos) eram livres? E nao falo na liberdade que se impoe mesmo quando rejeitada e manifestada em actos licitos aprovados pelo proprio regime que depois nao respeita porque enfim... a "liberdade" em que se vivia nao permitia que o povo fosse tao sabio nas suas decisoes... fossem legitimas ou mesmo livres!
Ferjo: Só poderia concordar contigo se "as traições às promessas de Abril" (expressão que fica brilhante, dita pelo Zé Mário Branco, no seu "FMI") não me parecessem tão violentas quanto o próprio regime. A verdade é que os políticos actuais não têm algumas virtudes que os de então tinham. Eles (e nós, que os elegemos) lixaram tudo, roubaram-nos a legitimidade de criticar os anteriores.
Não sou um defensor do antigo regime (nem algo que se pareça), mas sou um critico do "Novo Regime". E o argumento "Ah, mas o outro ainda era pior" não cola. Não cola mesmo, de todo!
Gabriel Almeida: E quem te disse que eu sou defensor deste regime? O que nao posso e' deixar passar (ou chamar-me burro) que existia liberdade antes do 25 de Abril de 74. Quanto ao presente digamos que me sinto mais livre (dentro e fora da minha cabeca!)
Ferjo: Só gostava que me dissesses uma coisa: mas tú consideras mesmo o "povo" sábio o suficiente para poder tomar decisões importantes tais como a escolha de governantes? Provavelmente sim, se considerares o povo nórdico, que tem cultura e educação suficiente para discernir entre aquilo que lhe interessa e o que é acessório...desculpa-me, mas de demagogias estou farto! O nosso povo escolhe entre m**** mais mal cheirosa e m**** menos mal cheirosa...mas não deixa de escolher m*****, entre ppd, ps, pcp, cds, be, etc.Como já disse antes e mantenho-o, era mais livre antes deste regime asqueroso que temos agora...admira-me como é que tú te sentes mais livre agora...Eu até nem sou fundamentalista nem religioso, mas a total ausência de valores que adveio da revolução destruiu e desagregou por completo a nossa sociedade e, francamente, acho que nunca mais se vai recompor...ah, e não me venhas com o chavão de hoje em dia de que se confunde muito liberdade com segurança... Ok, se achas que te chamei burro e te sentes ofendido, peço-te desde já desculpa...Finalmente, gostava só de esclarecer mais uma coisinha: é bom que não se confunda o regime "Salazarista" com a "Primavera Marcellista"...se viveste esses tempos sabes bem do que estou a falar...se não fosse a abertura dada pelo então Presidente do Conselho, nunca teria sido possível fazerem a palhaçada do 25/4. Com isto, não estou a dizer que Marcello Caetano fez mal em abrir o regime. Critico sim o oportunismo da "magalada", que transformou um país num esgoto...
Gabriel Almeida: O que te posso dizer é que havia pides que eram gajos estúpidos e broncos, que mais valia andarem como "centeeiros" da GNR atrás das bicicletas sem licença...Nunca me vais ouvir dizer que antes do 25/4 tudo eram rosas...É claro que não! Aquilo que faço é uma comparação a frio, e a conclusão a que se chega é que se vivia melhor do que agora (não confundas viver bem com ter muito dinheiro ou muito "show-off"...aliás, até acho que são um bocado incompatíveis...).
Como acima de tudo gosto de ser construtivo e como já vi que aqui há bons opinantes (não Gabriel, não é o-pinantes...ehehehe), sugeria que começassemos a mandar para este fórum algumas ideias para discutir sobre aquilo que está mal e o que deve ser corrigido... Para começar, porque não o rendimento mínimo (a forma de ser atribuído e a responsabilidade de quem o faz), a escolaridade obrigatória até ao 12º ano (com o direito de voto apenas para quem tiver essa habilitação), a responsabilização cível dos deputados e governantes, a separação dos poderes político, legislativo e judicial...e por aí adiante...?
Gabriel Almeida: que tal só dar direito de voto a quem tivesse a escolaridade mínima obrigatória - 11º ou 12º ano? (com excepções feitas para aquelas pessoas que já nasceram há muitos anos, não abrangidas por essa escolaridade obrigatória, mas que teriam de frequentar um "curso" de 2 ou 3 sessões na Junta de Freguesia sobre cidadania e civismo)...
AyATóla KáTouEu: A malta não se incomoda muito de não votar... até ser impedido de votar! Isso dava guerra civil. Concerteza, diminuiamos muitos populismos baratos que andam por aí. Por outro lado, vê-se com cada licenciado idiota... Talvez optasse mais por retirar a "representação directa" nos sufrágios. Os deputados não deviam ter que defender o seu círculo eleitoral, se o que se pretende é que façam politica nacional. Depois temos "orçamentos-limianos" e chantagem das Laranjas da Madeira, e outras coisas afins. Orgãos politicos mais colegiais, eleitos de forma mais indirecta. Não sei, é só uma sugestão... confiar em gente competente, que não precise de responder directamente ante o "povão", que não precise de andar a fazer estradas à pressa nos últimos 6 meses de poder.
AyATóla KáTouEu: os politicos deviam ser os primeiros a tirar esse curso...
Acho que qualquer outro sistema político, democrático ou não, seria melhor do que aquele que temos instalado desde o 25 de Abril...
Não é só o caso nórdico que nos devia inspirar. existem outros sistemas igualmente eficazes. Temos o canadiano (tirando a atrocidade anual de caça ás focas), o Australiano e o neo-Zeland~es, e mais meia dúzia deles...