Tenho medo do ruído dos aquecedores. Talvez porque nunca me acostumei ao frio, ao quarto húmido que não posso. Que não cresço. À húmida humidade daquele quisto que espremíamos como um sumo de cristais ou um verniz. Tenho medo do ruído dos cancros. O ruído dos elevadores. Talvez porque sem eles o mundo se estraga. Talvez porque sem ti o mundo egoísta. Queria um filho e dei à luz um gato. Queria um gato e dei à luz um coração de vaca sufocado. Queria um coração e a cidade encheu-se de luzes de natal cor de fígado. Não sobravam memórias belas naquele acto. Havia goteiras e havia medo. Havia húmida humidade e havia medo. Havia fogo e havia fogo e havia fogo.
O pior quarto - a luz sempre indirecta abrindo para telhados, para os fundos ter de percorrer os corredores e os murmúrios colher a inquietação, o cumprimento quotidiano e mau dos que são próximos mais servos do que ele, mas cordatos, menos sórdidos dizem que vamos desaparecer - mas não vamos dizem que estamos condenados - mas não estamos recebe a minha história - diz ele - o meu enredo toda a minha vida veio até aqui, é o meu novelo. Aceita a minha sombra e o cansaço da velocidade da mancha que não cessa. Por Ti - diz ele ainda - eu que sou opaco espero transluzir Quem poderá saber o que é a liberdade? Vivi sempre no erro e a maravilha não me abandonou
Conheço todos os argumentos. Conheço todos os contra argumentos. Conheço a futilidade da nossa vida. Conheço a fome, a sede, a ânsia. A alegria. O amor? Também. O desamor. A felicidade e a desgraça. Tropeço cada dia na mesma pedra. Tropeço cada dia na mesma pedra. Tropeço cada dia na mesma pedra. No fim já não se sabe se há pedra ou se tropeçamos por hábito, por amor à arte, porque não somos capazes de outra coisa. Porque o homem é um animal que tropeça. Porque não somos capazes de outra coisa.
Não estamos preparados para a era da internet, temos um instrumento genial, mas não sabemos controlar Deitamos abaixo o Muro ( de Berlim ) em 1989, mas reinventamos outros, entre nós. Como se explica os 60 milhões de pobres na Europa? E a venda de armas? Ninguém fala disso... ninguém se interessa.
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